TEMÁTICO - DESFILE FARROUPILHA 2012

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O temário para os Festejos Farroupilhas 2011

DESFILE TEMÁTICO 2011. 
NOSSAS RAÍZES
O temário proposto para os Festejos Farroupilhas 2011 foi aprovado pela Comissão Estadual, no mês de dezembro de 2010 e homologado pelo Congresso Tradicionalista Gaúcha, do MTG, em janeiro de 2011. A proposta é bastante abrangente e tem como objetivo explorar a história do Rio Grande do Sul e buscar, em alguns episódios e períodos, indicadores da identidade do povo gaúcho. Rebuscar a história e retirar dela os aspectos que melhor retratem a formação sócio-cultural do nosso Estado é tarefa que não se esgotas nesse ano de 2011, mas haverá de nos ajudar a entender um pouco mais a nossa identidade cultural regional. Cada município do Estado ou cada microrregião poderá aprofundar um ou mais tópicos entre os que estão sendo propostos neste temário. Esse aprofundamento se dará em função da característica local, especialmente pela predominância ou influencia maior de uma ou de outra etnia.  Para bem desenvolver a idéia de explorar as raízes da formação sócio-cultural do gaúcho sul-rio-grandense foram selecionados os seguintes momentos da nossa história:
   1° Invernada (abertura):
“Jesuítas rio abaixo”  
Coreografo: Rinaldo Sotto
Participantes: CTG Lomba Grande, com as invernadas juvenil e adulto- total de 50 pessoas.
Descrição: Carro alusivo à chegada dos Padres Jesuítas acompanhados de índios paraguaios e soldados da companhia de Jesus.
Manifestação Cênica: Índios Guaranis carregando os apetrechos de trabalho dos Padres Jesuítas.
   2° Invernada: CARRO 1
“Jesuítas em território gaúcho”  
Coreografo: Célio Oliveira
Participantes: CTG: Laço da Querência, Estância da Figueira. Total de 150 pessoas
Descrição: Carro alusivo à edificação das igrejas e as atividades desenvolvidas. Culturais, religiosas, desfile,erva mate coreografia,musicalidade
Manifestação Cênica: aulas de latim e musica (canto e instrumental). Oficinas de escultura, artesanato mobiliário e fundição de sinos.
3ª  Invernada: Elemento Cênico 1 
“Arte santeira” 
Coreografa: Carlise Duarte
Participantes: CTG: Sentinela dos Pampas e PQT Amigos de Viamão. Total de 70 pessoas.
Descrição: Carro de Bois (vivos) representando a força da catequização jesuítica e a produção indígena, esculturas em madeira, fundição de sinos entre,pessoas coreografia com velas simbolizar as crenças, procissão, outras.
Manifestações Cênicas: Procissão do Senhor e a Guerra Guaranítica.
  4º Invernada: CARRO 2
“Couro e charque, uso e transporte”
Coreografo: Vagner Escobar
Participantes: CTG Lanceiros da Zona Sul, PQT Laço de Sangue, DTG Sangue Nativo. Total de 150 pessoas.
Descrição: Carro alusivo à fase primitiva da exploração econômica do pampa, o couro, até a revolução do charque que transformou – se de comida para escravos em produto de exportação.
Manifestação Cênica: Charqueadores e familiares no cais.
ÉPOCA DAS CHARQUEADAS
(1780 – 1840)
                A lida com o gado ganha um ingrediente importante a partir das charqueadas. Essa foi a primeira e mais importante indústria do Estado. Por largo período o Estado teve nas charqueadas seu motor econômico mais significativo.É no período das charqueadas que o uso dos rios e lagos como meio de transporte ganha impulso, especialmente entre Porto Alegre e Pelotas. A economia passa a depender da força de trabalho dos negros escravos trazidos para as charqueadas. Foi um período de grande crescimento econômico, especialmente de Pelotas e Rio Grande, mas também foi o período triste se analisado do ponto de vista humanitário ou do direito natural dos homens. Os negros foram tratados como simples animais nas charqueadas. 
5ª Invernada:
“Tablado – crescimento econômico e cultural de Pelotas”
Coreografa: Aline Rosa
Participantes: CTG: Tiarayú, CTG Maragatos e DTG Berço Farroupilha. Total de 70pessoas.
Descrição: Salão da residência de um rico charqueador.
Manifestações Cênicas: Saraus, chás, óperas, companhias líricas, esgrima, ginástica e aula de pintura.
 6ª Invernada: Elemento Cênico 2
“Surgimento da arquitetura de Porto Alegre” 
Coreografa:Lilian Dias
Participantes: CTG Chaleira Preta. Total 70 pessoas  
Descrição: Painéis representativos do casario da rua da Praia, a construção da Santa Casa de Misericórdia e o arranha céu – edifício Malakoff. 
Manifestação Cênica: Os pintores
 7ª Invernada:
“As primeiras indústrias artesanais alemãs”
Coreógrafos:
Ana Marta Vasconcelos Pochmann /Vitor Hugo Silva Pochmann
Participantes:
DTG Gaúchos de São José (Esporte Clube São José), PQT Aporreados do 38, CTG Pagos da Saudade, CTG Cancela da Liberdade (Clube Caixeiros Viajantes), PQT Bolicho do Armando, DCG Mescla de Guapos (SOGIPA), CTG Vendinha e CTG 20 de Setembro (convidados da Cidade de Triunfo) e Conjunto de Folclore Internacional Os Gaúchos. Total: 150 Pessoas
Descrição:
Este carro foi construído na forma de uma residência no estilo “enxaimel”. Os fundos e os porões da residência abrigavam indústrias artesanais. No piso superior encontrava-se a família, em atividades como: tecelagem, alfaiataria e sapataria. As comemorações do natal e da páscoa foram trazidas para o Brasil pelos alemães.
Manifestação cênica:
Atividades produtivas, jogos, brincadeiras e os famosos kerbs.
                 Imprescindível para a compreensão da identidade regional é reconhecer a importância da colonização do território por europeus. Primeiro chegam os alemães. Estabelecidos inicialmente na Real Feitoria do Linho Cânhamo (1825), hoje São Leopoldo, expandiram-se para o norte e oeste, ocupando grande parte dos vales. Foram os alemães que implantaram as primeiras indústrias (artesanato) no território gaúcho. Podemos destacar, além da culinária, também a música, a dança e o espírito do cooperativismo trazido pelos alemães. A nova “ética do trabalho” também se deve aos imigrantes. 
Colonização 1º  Fase
8ª Invernada: CARRO 4
“Revolução Farroupilha e a tomada de Porto Alegre”
Coreografo: Emerson Ribeiro
Participantes: Rancho da Saudade, Vaqueanos da Tradição. Total de pessoas 150
Descrição: Este carro lembra a tomada de Porto Alegre, a criação da bandeira e a influência da maçonaria.
Manifestação Cênica: Líderes políticos, estancieiros, soldados e o povo engajado comemoram a apresentação do Hino Republicano (execução: banda ao vivo) na festa da República.
REVOLUÇÃO FARROUPILHA 
                Episódio considerado como marco fundador da identidade regional, a Revolução Farroupilha teve início em 1835 com a tomada de Porto Alegre. Vale estudar as causas dessa revolução e o papel que a maçonaria desempenhou no fomento do conflito. A figura de Antonio de Souza Netto que patrocinou a proclamação da República Rio-Grandense (1836) merece ser bem estudada. Bandeira e Hino o hino da República Rio-Grandense foram uma conseqüência da proclamação de Netto. O episódio da tomada de Laguna e a criação da República Catarinense (1839) merecem destaque pelo significado político: os farroupilhas pretendiam implantar no Brasil uma República Federativa, integrada pelas províncias autônomas. O fim da revolta no ano de 1845, sem que os objetivos fossem alcançados, mas com conquistas importantes consubstanciadas naquilo que passou para a história como Paz de Ponche Verde, assinada nos campos de Dom Pedrito.
NA DEFESA NACIONAL                                             
                A tônica da história do Estado foi a defesa do território contra os interesses castelhanos. A Guerra contra Rosas (1854) é um marco importante nesse mister. Os mesmos farroupilhas que haviam lutado contra o Império Brasileiro foram os que defenderam o Brasil contra as pretensões expansionistas do ditador argentino. A Guerra do Paraguai (1865) foi outro episódio importante. Os gaúchos formaram vários “Corpos de Voluntários da Pátria” para a formação do exército da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai), combatendo o Paraguai e seu ditador Solano Lopes. -Depois da Guerra do Paraguai tem início da modernização do Brasil e do Estado, com a implantação das estradas de ferro. Houve a partir de então uma significativa melhora nos transportes e na integração do território.
A COLONIZAÇÃO   2º fase -  COMPLETA-SE O GAÚCHO
                A chegada dos Italianos no ano de 1875 marca a ocupação do último grande espaço territorial: a serra. Com sua força de trabalho, os italianos plantam cidades e imprimem um novo ritmo para a economia do Estado. Culturalmente contribuem com as suas danças, música, culinária, festas de comunidade e crença religiosa. Nesse período temos também a chegada de imigrantes Poloneses, Holandeses, ucranianos e outros grupos que, se não ocuparam grandes áreas, foram e são até hoje importantes para muitas comunidades do Estado. Neste ano de 2011 comemora-se o centenário da imigração Holandesa no Brasil. É o ano da Holanda no Brasil. 
 9ª Invernada: Elemento Cênico 3

“A Colonização – Segunda Fase – Chegada dos italianos”

Coreografa: Márcia Escariott
Participantes: CTG Campos dos Bugres-Total de 70 pessoas.
Descrição: Bois ou mulas  vivos puxando uma carreta contendo a colheita, o preparo e o armazenamento do vinho.
Manifestações Cênicas: A dança, a música, a culinária, as festas típicas e a escola para as crianças. 
Observação: Após a chegada dos italianos, desembarcam em terras gaúchas os poloneses, holandeses, belgas, entre outros.
Manifestações Cênicas: Dança e música.
10ª Invernada: Elemento Cênico 4
“Revolução Federalista”
Coreografo: Willian Paiva
Participantes: CTG: Pousada das Figueira, Chimangos.Total de 70 pessoas
Descrição: Esta escultura é alusiva ao nascimento da Brigada Militar em 16 de outubro de 1892. Formada por dois batalhões: Infantaria e Cavalaria.
Manifestação Cênica: Movimento de soldados, brigadianos da Infantaria, com cães adestrados.
                                                   REVOLUÇÃO FEDERALISTA                 
                 No ano de 1889 instala-se a República Brasileira. O fim do Império dá início a um novo momento político. No Estado há uma intensa disputa pelo poder. As figuras de Julio de Castilhos e de Gaspar Silveira Martins surgem como estrelas da disputa política o que resultou na Revolução Federalista. A “guerra da degola”. Pica-paus e maragatos mancharam o território com o sangue dos gaúchos. Duas ideologias, duas facções, dois interesses convulsionaram o Estado por dois anos (1894-96). No final, a implantação da administração positivista. No ano de 1892, o Corpo Policial é extinto e no seu lugar surge a Brigada Militar como um exército estadual.
 11ª Invernada: Carro 5
“Surge o Partenon Literário” 
Coreografo: Andre Barbosa
Participantes: CTG Caminhos do Pampa, CTG Roda de Chimarrão, DTG João de Barro, CTG Glaucus Saraiva, CTG Pealo da Estância. Total de 150 pessoas.
Descrição: Espaço criado para apresentações culturais.
Manifestações Cênicas: Recitais e manifestações abolicionistas.
GAUCHISMO: CULTO E PRÁTICA 
                A identidade gauchesca começa a ser estudada, compreendida e difundida, mesmo que de forma romântica, com o surgimento do Partenon Literário em Porto Alegre (1858). Foi naquela “confraria” que surgiram os primeiros escritores e poetas valorizando o gaúcho e sua cultura. Mais tarde surge a figura de João Cezimbra Jacques que capitaneou a fundação do Grêmio Gaúcho (1898). Foi essa a primeira iniciativa de organização social, como um clube, para resgatar e preservar aspectos importantes da cultura gauchesca. Em seguida foi a vez de João Simões Lopes Neto fundar a União Gaúcha de Pelotas (1899), seguindo-se uma série de clubes gauchescos pelo Estado. Foi no ano de 1947 que toda a experiência acumulada desde o Partenon Literário.
12ª Invernada: CARRO 6
“Grupo dos 8 e o 35 CTG”
Coreografa: Lara Lindenmeyer
Participantes: 35 CTG, DTG 12  de Outubro, Tropeiros Solidariedade. Total de 150 pessoas.
Descrição: Espaço criado para retratar o civismo, os fundadores do movimento e o galpão crioulo, a casa do gaúcho (espaço para apresentação de um grupo nativista).
Manifestação Cênica: Baile da Ramada.
dos índios, espanhóis, portugueses, negros, açorianos, alemães, italianos, poloneses, holandeses ... e mestiços de toda ordem.
Que resultou na primeira Ronda Gaúcha no Colégio Julio de Castilhos, o episódio de 5 de setembro com“O Grupo dos 8” e, depois, já no ano de 1948 o surgimento do 35 CTG que deu o modelo seguido por inúmeros outros Centros de Tradições no Estado e fora dele. Hoje são mais de 3.000 CTGs, espalhados pelo mundo, reunindo pessoas (gaúchos sul-rio-grandenses e outros gaúchos) cultuando, valorizando e difundindo a cultura gauchesca e consolidando a identidade do gaúcho, fruto da sua trajetória histórica. O gaúcho é um tipo cultural, formado por inúmeras etnias e aspectos culturais herdados.

FICHA TÉCNICA:  

Direção Artística: Alexandre Ourique
Textos : Manoelito Carlos Savaris
Desenhos: Guaracy Feijó
Construtores de Carro: Mano Brum , Guaracy Feijó e Sérgio Peixoto.
Estrutura : Josemar Basso
Coordenação de avaliação: Odila Savaris
Produção Cultural: Lara Lindenmeyer

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